A vida

abril 7, 2010

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Eu sempre usei frases para me guiar.

Frases criadas por mim.

Um dia, escrevi que era “um sonhador sem compromisso”.

Já me intitulei o “Cara das 10 mil horas”.

E já coloquei como grande objetivo um só: ser um grande homem.

Agora, o que mais quero é chegar à fase madura e

cantar My Way, como se a letra tivesse sido escrita para mim.

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Quem sabe…

agosto 14, 2007

De uns tempos para cá, viajei. Fui para os EUA da América (assim mesmo). Um país classe A, onde o lado consumista sobressai. Em meio a tantas compras, organização e riqueza, encontrei mendigos. Vários por sinal, mas com uma diferença: mendigos de primeiro mundo.

Primeiro que os mendigos de lá são bem arrumadinhos. Sabe aquela roupa meio velha que você coloca para ir jogar futebol em dia de chuva, ou que você colocou no seu dia de trote? A roupa deles é bem melhor do que essa. Ao contrário daqui, eles raramente vem pedir dinheiro. Ficam parados na rua, segurando uma plaquinha, que, aliás, é o diferencial de cada um. Sim, lá eles sabem escrever e por sinal são bem criativos. Encontrei coisas como [Ninjas mataram a minha família. Preciso de dinheiro para aprender Kung Fu.]

Genial. Para esse até dei uma moedinha.

Existem duas placas bem famosas, que publicitários conhecem muito bem. A primeira é.

 

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Preciso de dinheiro para cerveja, drogas e prostitutas ( Ei, pelo menos não estou enganando você). Sinceridade aliada à comédia. Fabulosa. De tão boa que é, muitos lá no EUA da América, têm textos parecidos: [Mentir para quê? Peço dinheiro para beber.]

A outra história, todo publicitário conhece porque um dia, no colégio, assistiu a uma apresentação de um outro publicitário, que em uma palestra, falou o que um publicitário faz:

“Tinha um mendigo na rua, cego, com a seguinte plaquinha: [Sou cego e não posso trabalhar. Por favor, me dê dinheiro.] O publicitário viu aquilo e pensou, como todos que circulavam por ali, que ser cego não é uma condição para trabalhar e preferiu não dar dinheiro. Mas quis ajudar. Ele pegou a placa da mão do mendigo, escreveu uma frase e foi embora. A partir de então o mendigo começou a ganhar muito, mas muito dinheiro. No final do dia, com o bolso cheio, perguntou a um outro mendigo o que estava escrito. E adivinhem? Ele não sabia ler. Mendigos do Brasil não sabem ler. Então, parou na rua de novo e esperou até que uma outra pessoa fosse dar uma nota (não uma moeda). Teve como resposta a seguinte frase: [Hoje é primavera e eu não posso ver as flores.] Em resumo, o publicitário palestrante conta o trabalho de sua profissão.

Isso tudo é algo que me fascina. Sou redator. Fico pensando quais plaquinhas de mendigos podem ser boas, quais podem dar resultado.


– Todo dia fico aqui fazendo hora extra. Às vezes é sem querer, já que nem relógio eu tenho.

– O preço da pinga abaixou. Hoje só estou pedindo R$0,40.

– Um brinde farei ao santo que me doar uma moeda.

– Someone wrote it to me, but I cannot understand. ‘Needing money to learn this language. By the way, which language is this?

– Com a sua moedinha, eu sustento uma família. Não a minha, mas a do dono do boteco.

– Quero estudar em Harvard. Sua moeda é meu primeiro passo. Não acabe com meu sonho, please.

– Com a sua moedinha, posso explorar todo meu potencial. Se estiver na dúvida, confira com as prostitutas.

– Minha felicidade está no bolso. Eu seria muito sortudo se ela estivesse no coração.

– Oh, vida iníqua que tanto me maltrata. Dai-me tu uma moeda. Seja tu a minha fada.

– Anuncie aqui. (Mídia Perambulante na cidade. Corro atrás se precisar. Gero Mídia. Faço cara de feliz, coitadinho ou o que quer que seja.)

– Sou um grande responsável pelo seu lucro com as ações da Cachaça 51. Exijo comissão. (Ela será investida em mais lucro para você.)

– Eu não tomo banho a favor da saúde do planeta. E você, o que faz? Que tal começar dando uma moedinha para um sócio-ecológico-consciente?

– Preciso de comida. Estou sem forçar até para tirar a cueca de lá.

É… só saberei se isso funciona caso um dia eu participar do O Aprendiz e lá tiver uma prova como essa. Quem sabe…